Poemas de Niterói — 3º volume, de Marcos Nasser

Poemas de Niterói — 3º volume, de Marcos Nasser

Poemas de Niterói — 3º volume provoca o leitor a olhar para a linha do próprio tempo e tateá-la nas frestas

O terceiro volume de Poemas de Niterói (Autografia) reúne poesia — como um modo de partilha que se faz quando se é capaz de transcender os limites da própria linguagem; quando se é capaz de causar espanto e silêncio de uma só vez e a partir de versos — e poema como um construto verbal, como uma forma literária especial.

O livro funciona como labirinto de palavras que encarnam memórias, que performam instantes, que destecem o tempo. Segundo a mestre em Linguística e Estudo Relacionados Milena Saldanha, o escritor Marcos Nasser cumpre a tarefa de poetas ousados, que como um tecelão borda a existência com essas palavras.

“Tarde, sempre tarde, pelas ruas/ Percorro o tempo/ Esse tempo e aquele tempo,/ O tempo sempre do não mais./ O tempo. Um tempo que se define a partir da relação que o homem estabelece com a palavra, com o pensamento. Tempo de arquétipos circulares e de palavras gastas. Tempo capaz de reencarnar velhos mitos e de renová-los também. Um tempo que cresce e que habita no poema e em todos nós: tempo em que há vida. Oh o tempo crescendo CRESCENDO CRESCENDO”, observa o poeta.

O objetivo de Poemas de Niterói — 3º volume é estimular o leitor a olhar para a linha do próprio tempo e tateá-la a partir das suas frestas, percebendo (e lidando) com a incompletude. Mas o que fazer se a memória falhar?; se o tempo não mostrar a sua face mais lógica e pontual? Recorrer à poesia, diz Milena Saldanha, como faz Marcos Nasser, e à palavra que se renova e cresce, afinal, segundo ele: “O que abandonamos não nos deixa,/ Nem o tempo já vivido e indolor,/ Fardos ou tragédias./O que já vivemos/ Perdura pelas frestas,/ E se adensa./ O tempo do poema dura”.

Anteriormente ancorado nas mazelas sociais e num cotidiano marginalizado e decadente, neste terceiro volume o autor reforça que viver não pode ser somente esperar a morte e, de fato, entre o início e o fim há tanto para se contar, há tantas formas para se olhar, há tantas palavras a se dizer e coloca em sua poesia o compromisso da leveza, associado também à intensidade.

Na obra de Marcos Nasser apresenta-se um novo olhar para o mundo, desde o barro no qual fomos moldados, de onde fomos gerados, até as pessoas que nos marcam para sempre. Tudo faz parte da riqueza que é a vida quando nos permitimos questioná-la, revê-la, repensá-la. O objetivo das poesias e poemas que escreve é instigar, estimular, provocar, fazer transcender do banal, do raso, tudo sob uma estética mais decadencista para falar de si e do mundo e em prol de uma poesia para se e para tirar a todos do lugar comum, da zona de conforto. Em Poemas de Niterói — 3º volume, a cidade pela qual é apaixonado, confronta e provoca justamente para mover esse mundo.

Esta terceira coletânea reúne, em mais de 370 páginas,265 textos. Menos otimista, mais cético e ríspido, Nasser acredita que “Somos sem destino”, mas lembra que há uma flor a brotar nos momentos menos prováveis.

SOBRE O AUTOR
Marcos Jorge Nasser nasceu em Vitória, no Espírito Santo, em 1943. Em 1952, mudou-se para Niterói, local de sua inspiração. Escreve poesia desde muito cedo. É autor de Poemas de Niterói — 2º volume e Poemas de Niterói — 1º volume: O Inominado.

 

SERVIÇO
Poemas de Niterói — 3º volume
Editora: Autografia
www.autografia.com.br
Formato: 16×23 cm
Páginas: 372
Preço: R$60,90

Voltar ao Topo